Câncer de mama: por que eu tenho que me preocupar com ele?
Estamos finalizando o Outubro Rosa, mês que ficou conhecido dessa maneira devido a
um movimento que surgiu em 1990 na primeira Corrida pela Cura realizada em Nova York, mas
somente em 1997 é que entidades de algumas cidades estadunidenses começaram a promover
atividades voltadas ao diagnóstico e a prevenção do câncer de mama, escolhendo o mês de outubro
como epicentro destas ações. Por isso, hoje o mês de outubro é conhecido como: “Outubro Rosa”, e
este movimento passou a ser realizado em vários países tendo sido difundiu quase que mundialmente.
Isso me fez refletir a respeito de muitas coisas sobre o câncer de mama. Porque nós mulheres
temos que nos preocupar com ele?
Temos que nos preocupar com ele pelo simples fato de sermos mulheres.
Ser mulher aumenta o risco em 100 a 150 de desenvolver o câncer de mama. Há câncer de
mama em homens, mas a incidência é bem menor, representado apenas 1% do total de casos.
O câncer de mama é ainda o câncer que mais mata mulheres no Brasil (com exceção da região
norte e nordeste, nas quais o câncer mais incidente é o de colo de útero). Estima-se para 2105 cerca de
57.120 novos casos de câncer de mama, com índice de mortalidade de 14.388, sendo 14.207 mulheres.
Esses números parecem assustar, mas servem para nós mulheres de alerta. Devemos pensar:
como podemos nos prevenir do câncer de mama? O que podemos fazer para nos proteger dele?
Ainda não existem medidas práticas específicas para a prevenção do câncer de mama, porque
sabemos que há questões internas do próprio organismo, fatores intrínsecos da mulher, que são fatores
de risco para o desenvolvimento do mesmo como: ter menstruado muito cedo, ter tido uma menopausa
tardia, os fatores genéticos, não ter tido filhos, ter tido filhos depois dos 30 anos. Esses fatores não
podem ser modificados. No entanto, há os fatores de riscos que são externos ao organismo, fatores
extrínsecos, como: alimentação,uso de tabaco, álcool, sedentarismo, esses sim podem ser modificados e
prevenidos. Além disso, também deve-se investir no diagnóstico precoce do câncer de mama.
Dessa forma, o que nós mulheres podemos fazer para prevenir o câncer de mama é manter
hábitos de vida saudáveis como: evitar consumo de álcool, não consumir tabaco, consuir alimentos
saudáveis, tomar cuidado com a obesidade, fazer atividades físicas, ter atividades de lazer, e acima de
tudo ficar atenta ao nosso corpo e a qualquer alteração que possa aparecer na mama.
Ficar atenta ao corpo seria observar-se, observar sua mama, durante o banho, quando você se
troca, observar se há nódulo, vermelhidão, inchaço, se há secreção saindo do mamilo, se há veias
protuberantes, isso já é uma medida de prevenção indicada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Além disso, fazer consultas periódicas ao ginecologista e realizar a mamografia conforme preconiza o
Ministério da Saúde (a partir dos 50 anos, 1 mamografia a cada dois anos), são medidas de detecção
precoce do câncer de mama. Porque quanto mais precocemente diagnosticado, menos agressivos são
os tratamentos, a chance de sobrevida da mulher aumenta e sua qualidade de vida dela também.
Vale ressaltar que as mulheres jovens também precisam estar atentar ao câncer de mama. Essa
doença tem atingido cada vez mais mulheres na faixa etária de 18 a 40 anos e isso pode estar
relacionado aos hábitos de vida de nossa sociedade atual, além dos fatores genéticos que são muito
fortes nesse grupo.
Então mulheres, vamos ficar atentas! Não só em outubro, mas durante toda vida. Vamos tornar
um hábito nos conhecermos e nos observarmos, e lutar para combater a doença e o estigma que a
mesma provoca.
Paola Alexandria P. Magalhães é Enfermeira graduada pela Universidade de São Paulo – EERP/USP
Estudante de PhD em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo – Programa de Pós-Graduação Enfermagem em
Saúde Pública-EERP/USP