70 anos de TV brasileira: relembre novelas que trataram de responsabilidade social


 

Carolina Dieckmann como Camila na novela 'Laços de Família' — Foto: Reprodução - TV Globo

Laços de Família (2000)

Carolina Dieckmann como Camila na novela ‘Laços de Família’ — Foto: Reprodução – TV Globo

A trama, escrita por Manoel Carlos, abordou o tema do câncer na juventude. A personagem de Carolina Dieckmann, Camila, em determinado momento da novela, descobre estar com leucemia. Sem encontrar um doador de medula compatível, ela se surpreende ao saber que sua mãe Helena (Vera Fischer) voltou a se relacionar com seu pai Pedro (José Mayer), de quem era separada, para que fosse possível gerar um irmão para Camila – alguém que teria mais chances de ter compatibilidade. A novela ajudou na conscientização de doação de medula óssea no país.

Viver a vida (2009)

Alinne Moraes como a tetraplégica Luciana em 'Viver a Vida' — Foto: Reprodução - TV Globo

Alinne Moraes como a tetraplégica Luciana em ‘Viver a Vida’ — Foto: Reprodução – TV Globo

Em outra trama de Manoel Carlos, a história acompanha a história de duas supermodelos: Helena (Taís Araújo) e Luciana (Alinne Moraes). Por conta de um acidente de ônibus, Luciana fica tetraplégica. A deficiência da personagem, na época, ajudou a conscientizar a população sobre inclusão social e adaptação.

Barriga de Aluguel (1990)

Cláudia Abreu e Cassia Kis na novela 'Barriga de Aluguel' — Foto: Reprodução - TV Globo

Cláudia Abreu e Cassia Kis na novela ‘Barriga de Aluguel’ — Foto: Reprodução – TV Globo

A trama gira em torno da história de Ana (Cassia Kis) que, junto de seu marido Zeca (Victor Fasano), quer ter um filho, mas não consegue engravidar. Eles então decidem contratar a jovem Clara (Cláudia Abreu), como barriga de aluguel para que o sonho se torne realidade. Na época, a novela contribuiu para o debate em torno da inseminação artificial e os limites éticos envolvendo uma barriga de aluguel.

ZAZÁ (1997)

Fernanda Montenegro como Zazá, mesmo nome da novela que deu voz a pessoas portadoras do vírus do HIV — Foto: Reprodução - TV Globo

Fernanda Montenegro como Zazá, mesmo nome da novela que deu voz a pessoas portadoras do vírus do HIV — Foto: Reprodução – TV Globo

Lauro César Muniz, o auto da novela, conta a história de Zazá (Fernanda Montenegro), a filha e herdeira de Santos Dumont, o aviador brasileiro. Zazá tem sete filhos e um deles, Solano (Alexandre Borges), se casa uma personagem portadora do vírus do HIV, Jacqueline (Adriana Londoño). Usando a relação dos dois, o autor falou sobre formas de prevenção da doença e sobre o preconceito que a envolve.

Irmãos Coragem (1970)

Cena da novela 'Irmãos Coragem' — Foto: Reprodução - TV Globo

Cena da novela ‘Irmãos Coragem’ — Foto: Reprodução – TV Globo

Em uma cidade fictícia de Goiás, três irmãos se rebelavam contra o latifundiário Pedro Barros (Gilberto Martinho), que controlava a região. João (Tarcísio Meira), Jerônimo (Cláudio Cavalcanti) e Duda (Cláudio Marzo) eram os chamados irmãos Coragem. A novela foi ao ar durante a Ditadura Militar, em um ano de eleição legislativa e inflamou ânimos em torno de questões sociais.

Escalada (1975)

Cena da novela 'Escalada', que tratou da separação antes mesmo da Lei do Divórcio — Foto: Reprodução - TV Globo

Cena da novela ‘Escalada’, que tratou da separação antes mesmo da Lei do Divórcio — Foto: Reprodução – TV Globo

Na história, o caixeiro-viajante Antônio Dias (Tarcísio Meira), que sempre foi apaixonado por Marina (Renée de Vielmond), irmã do rival. Como eles não conseguem ficar juntos na juventude, acabam se casando com outras pessoas. Em determinado momento, Antônio, mais velho, vive uma crise com a mulher Cândida (Susana Vieira). A trama causou polêmica na época por conta do tema do divórcio, que só se tornaria lei dois anos depois.

O Rei do Gado (1996)

A personagem Luana em na novela "Rei do Gado" — Foto: Reprodução - TV Globo

A personagem Luana em na novela “Rei do Gado” — Foto: Reprodução – TV Globo

A história girava em torno do romance entre Bruno Mezenga (Antonio Fagundes), um latifundiário, e Luana (Patrícia Pillar), uma boia-fria. Na trama, os dois personagens vinham de famílias de imigrantes italianos rivais que fizeram fortuna no Brasil: a dele tinha enriquecido com criação de gado e a dela, com plantações de café. Na época, a novela foi responsável por levantar um debate sobre a luta por posse de terra.

O Clone (2001)

Débora Falabella bebendo perfume em 'O Clone' (2001) — Foto: Reprodução - TV Globo

Débora Falabella bebendo perfume em ‘O Clone’ (2001) — Foto: Reprodução – TV Globo

De Glória Perez, a história acompanha a história de amor entre a muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) e o brasileiro Lucas (Murilo Benício). A trama se passa em duas fases e, na segunda delas, Lucas é casado com outra mulher e tem uma filha chamada Mel (Débora Falabella). A personagem Mel acaba se envolvendo e se viciando em drogas, o que, na época, ajudou a levantar o debate sobre a dependência química.

Verdades secretas (2015)

Camila Queiroz como Angel, personagem de "Verdades Secretas" — Foto: Reprodução - TV Globo

Camila Queiroz como Angel, personagem de “Verdades Secretas” — Foto: Reprodução – TV Globo

“Verdades Secretas” retratou os bastidores cruéis do universo da moda, abordando temas polêmicos, como prostituição, estupro, homossexualidade e drogas, assim como o consumo de crack e a rápida degradação dos dependentes.

De corpo e alma (1993)

Atores em cena na novela "De corpo e alma" — Foto: Reprodução - TV Globo

Atores em cena na novela “De corpo e alma” — Foto: Reprodução – TV Globo

A novela discutiu a doação de órgãos e transplantes através de uma história de amor. A personagem Bettina sofre um grave acidente de carro e é diagnosticada com morte cerebral. Seu coração é transplantado em Paloma (Cristiana Oliveira), uma jovem com sérios problemas cardíacos e que só sobreviveria se conseguisse uma doação.

Cheias de charme (2012)

O trio das empreguetes em "Cheias de charme" — Foto: Reprodução - TV Globo

O trio das empreguetes em “Cheias de charme” — Foto: Reprodução – TV Globo

A novela é protagonizada por três empregadas domésticas – Maria da Penha (Taís Araújo), Maria do Rosário (Leandra Leal) e Maria Aparecida (Isabelle Drummond). Além da relação entre patroas e empregadas, a trama também mostrou os desafios das mulheres contemporâneas, que precisam conciliar trabalho e família, e o poder de comunicação da internet.

Roque Santeiro (1985)

Atores na novela "Roque Santeiro" — Foto: Reprodução TV Globo

Atores na novela “Roque Santeiro” — Foto: Reprodução TV Globo

A novela funcionou como uma sátira à exploração política e comercial da fé popular. Inspirada em uma peça teatral de Dias Gomes, “Roque Santeiro” teve 30 capítulos censurados em 1975. Dez anos mais tarde, se tornou sucesso absoluto na televisão brasileira. A cidade de Asa Branca, cenário da trama, era uma sátira sobre o Brasil, mostrando como misticismo, religião e política acabam se misturando na ficção e na realidade.

Amor à Vida (2013)

O beijo gay que fez história no horário nobre com a novela "Amor à vida" — Foto: Reprodução - TV Globo

O beijo gay que fez história no horário nobre com a novela “Amor à vida” — Foto: Reprodução – TV Globo

“Amor à Vida” apresentou algumas ações socioeducativas. Uma personagem de destaque foi a autista Linda (Bruna Linzmeyer). A doença de Linda, que necessita de cuidados e atenção especial, faz com que sua família seja obrigada a se reinventar e descobrir novas formas de se relacionar. A novela também foi emblemática por apresentar o casal Niko (Thiago Fragoso) e Félix (Matheus Solano) que protagonizaram o primeiro beijo gay a ir ao ar em uma novela das 21h da Globo.

Caminho das Índias (2009)

O personagem esquizofrênico de Bruno Gagliasso em "Caminho das Índias" — Foto: Reprodução - TV Globo

O personagem esquizofrênico de Bruno Gagliasso em “Caminho das Índias” — Foto: Reprodução – TV Globo

Dentre as tramas da novela de enorme sucesso estava a do personagem Tarso (Bruno Gagliasso). Tarso não aguenta as expectativas depositadas pela família sobre ele e, sentindo-se frequentemente desaprovado, desenvolve um quadro de doença mental. Tarso alterna momentos tranquilos com surtos em que tem alucinações e atitudes agressivas. No decorrer da novela, ele passa por alguns tratamentos tradicionais, até chegar ao centro de saúde mental coordenado pelo excêntrico Dr. Castanho (Stênio Garcia), que segue o método da Dra. Nise da Silveira, renomada psiquiatra brasileira, e sabe usar da criatividade para ajudar nos tratamentos que aplica.

Malhação: Viva a diferença (2017)

Atores de Malhação: viva a diferença — Foto: Reprodução - TV Globo

Atores de Malhação: viva a diferença — Foto: Reprodução – TV Globo

A novela foi marcada por trazer temas sensíveis e explorar a diversidade. Uma das histórias retratadas é a de Benedita (Daphne Bozaski) que foi diagnosticada com síndrome de Asperger, uma perturbação do desenvolvimento que afeta a capacidade de comunicação e de relacionamento. Benê é inteligente, mas sofre bullying na escola. O racismo também foi apresentado na trama através de Ellen (Heslaine Vieira), uma estudante autodidata e especialista em computação e programação que veio da periferia. Outro tema emblemático foi a gravidez na adolescência, apresentado pela personagem de Keyla (Gabriela Medvedovski) que fica grávida de um guia de expedições da Floresta Amazônica. Sem contar a verdade para o pai, a jovem recebe apoio de seu melhor amigo, Teobaldo (Matheus Abreu), que assume a paternidade de Tonico.

 

Orfãos da Terra (2019)

Laila (Julia Dalavia), Jamil (Renato Góes) e Dalila (Alice Wegmann em ‘Órfãos da Terra’ — Foto: Paulo Belote/Globo

Órfãos da Terra, novela de Thelma Guedes e Duca Rachid, concorre como “Melhor Telenovela” no Emmy Internacional deste ano. Com direção artística de Gustavo Fernández, a obra, que foi exibida em abril do ano passado, na TV Globo, contou a história do amor impossível de Jamil (Renato Góes) e Laila (Julia Dalávia), dois sírios que precisam deixar sua terra natal e partem para o Brasil com o desejo de reconstruírem suas vidas. Além de trazer como pano de fundo a questão dos refugiados, a novela tem como principais mensagens a empatia, a diversidade cultural e a superação em nome do amor. A obra já foi licenciada para mais de cinquenta países, entre eles México, Uruguai e Bolívia, onde está no ar, e, no Brasil, está disponível no Globoplay. (Confira aqui!) A novela concorre com produções da Argentina, Portugal e China.

Depois de vencer, em 2019, o Rose D’Or Awards na categoria Serial Drama e, em 2020, o Grand Prizedo Seoul Drama Awards, que destaca a obra de maior relevância, popularidade e originalidade entre os concorrentes

 

 

 

FONTE
https://g1.globo.com/

Posts Relacionados

LEAVE A COMMENT

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Autora


ViCk Sant' Anna

Facebook FanPage

Conheça mais

Parceiros