Frio: medicamentos contra alergias podem alterar produção normal de oleosidade e ressecar a pele


 

Com a chegada das estações mais frias, como o outono e o inverno, é hora de retirar do armário casacos e cobertores que, provavelmente, estão guardados desde o ano passado, acumulando uma grande quantidade de pó.

O resultado, para alguns, é o surgimento de reações alérgicas, que são combatidas por meio dos anti-histamínicos, popularmente conhecidos como antialérgicos.

O problema é que, de acordo com a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, esses medicamentos podem afetar sua pele, principalmente no que diz respeito à produção de oleosidade. “Antialérgicos agem combatendo os efeitos da histamina, um mensageiro químico comum que, apesar de ser o causador de sintomas alérgicos como espirros e coceira, possui uma série de funções importantes no organismo.

Por exemplo, ao se conectarem a receptores presentes nos sebócitos, células responsáveis pela produção sebácea, as histaminas estimulam a liberação da oleosidade responsável por proteger e hidratar a pele”, explica a especialista.
Logo, quando fazemos uso de anti-histamínicos, esses receptores são bloqueados, resultando na redução da produção de sebo por essas glândulas, o que torna a pele ressecada. Dessa forma, o uso indiscriminado desses medicamentos pode ser especialmente prejudicial para pessoas de pele seca e, em alguns casos, para pessoas de peles oleosas, já que no frio mesmo esse tipo de pele tende a ficar mais ressecada. Mas quem não consegue viver sem o medicamento nessa época do ano devido às alergias não precisa se preocupar. “Para evitar o ressecamento da pele ao fazer uso de antialérgicos, basta investir na hidratação através do uso diário de cosméticos hidratantes e na ingestão de, em média, dois litros de água por dia”, destaca a dermatologista.
Porém, essa ação do medicamento não é motivo para que pessoas de pele oleosa o utilizem visando o controle da oleosidade da pele. “Anti-histamínicos possuem um efeito mínimo sobre a pele oleosa, pois, apesar da histamina estimular a produção de sebo, outras substâncias, como os hormônios estrogênio e progesterona, possuem influência muito maior sobre a oleosidade da pele”, afirma a médica. “Além disso, o uso constante de anti-histamínicos pode ressecar de vez a pele, tornando-a irritadiça e sensível.”
Então, para aqueles que querem se ver realmente livres do excesso de óleo sem prejudicar a saúde da pele, a Dra. Paola Pomerantzeff recomenda o uso de séruns e loções formulados com ativos que visem o controle da produção do sebo, como retinóides e ácido salicílico, que são capazes de diminuir a oleosidade da pele sem ressecá-la. “Mas antes de utilizar qualquer cosmético ou medicamento, o ideal é consultar um dermatologista, que poderá realizar uma avaliação de sua pele e indicar o melhor método para ajudar no controle da oleosidade”, finaliza.

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